A Ozonoterapia

Sec.XIX

O ozono, utilizado na ozonoterapia,  foi descoberto em 1840 pelo químico alemão Christian Frederick Schönbein da Universidade de Basileia, Suíça.

Werner Von Siemens no ano de 1857 e em 1870, desenvolveu os primeiros geradores de ozono e nessa altura surge a primeira informação sobre o OZONO como purificador do sangue.

Sec. XX

Dr. Charles J. Kenworth escreveu o primeiro livro sobre ozono como terapia médica e foi patrocinado pela Associação Médica da Florida. Em 1902, J. H. Clarke em Londres, publica “O Manual Pratico do Médico”, que descrevia a utilidade da água ozonada para tratar anemias, diabetes, gripe, envenenamentos, e dores do cancro.

A primeira Associação Alemã de Ozonoterapia foi criada pelo Dr. Blass em 1913. Durante a 1ª guerra mundial, o ozono foi usado para tratar feridas infectadas e gangrenas.

Medozon compat

1920 – Dr. Charles Neiswanger, do hospital de Chicago, publica a “Practica Terapêutica”, dedicado exclusivamente ao “ozono como agente terapêutico”.

1926 – Dr. Otto Warburg do Instituto Kaiser de Berlin, anunciou que a causa do cancro está no défice de oxigénio a nível celular. Foi agraciado com o prémio Nobel da Medicina em 1931.

1932 – o ozono foi usado em Odontologia pelo médico Suíço Dr. E. Fisch.

1934 – um grupo de médicos Franceses (Drs. Auburg e Lancastre) iniciam tratamentos de ozono por via rectal.

1953 – Dr. Hans Wolff na Alemanha, escreveu o livro Ozono Médico e criou a primeira Escola para Médicos de Ozonoterapia.

1957 – Dr. Hansler patenteou um gerador de ozono, que tem sido a base dos tratamentos dos últimos 50 anos.

1961 – Dr. Wolff introduz a pratica da Auto-hemotransfusão Maior e Menor.

1979 – Dr. George Freibott trata o seu primeiro paciente de SIDA com ozono com êxito.

1987 – Drª Viebahn, publica o “Uso de Ozono em Medicina”.

1990 – médicos Cubanos publicaram com enorme êxito no tratamento com ozono da Retinose Pigmentar e Retinopatias. Estes médicos fundaram o primeiro Centro de Investigação de Ozono no Mundo.

Sec. XXI

Em 2010 foi assinada a Declaração Internacional de Madrid sobre OZONOTERAPIA, (rectificada em Junho 2015) assinada na Real Academia Nacional de Medicina em Madrid a 3-4 de Junho por mais de 20 países representados pelas suas Escolas Médicas de Ozonoterapia, que fazem parte integrante da FIOOT (Federação Internacional de oxigeno-ozonoterapia), onde foram criadas as Guide Lines para o Uso e Tratamentos, bem como doses terapêuticas para a Ozonoterapia Médica.

O que é o ozono?

O gás Ozono (O3), usado na Ozonoterapia, é um elemento gasoso que consiste numa molécula com 3 átomos de oxigénio. O seu funcionamento básico consiste em proteger a superfície terrestre de efeitos prejudiciais de radiação UV.

O Ozono para fins terapêuticos  é facilmente absorvido pelo corpo humano, a molécula extra de oxigénio separa-se deixando apenas o O2.

Desta forma permite elevados processos de oxigenação e oxidação, ajuda as células do ser humano.

Faz ainda com que as doenças causadas por vírus, bactérias, fungos ou parasitas regridam.

No uso médico combina-se o Oxigénio e o Ozono denominado Ozono Médico em que o Ozono se encontra presente em concentrações (1 a 80 microgramas/mililitro) 30 vezes inferiores com o respectivo uso industrial.

O ozono em concentrações superiores a 2 microgramas / litro são tóxicas por via inalatória, sendo proibida a sua administração.

A ausência de efetividade sistémica das concentrações menores que esta cifra e o elevado risco de complicações levou à proibição da sua utilização por via inalatória. Por este motivo, o Ozono Médico não é considerado como Gás Medicinal.

As concentrações superiores a 100 microgramas/ml são tóxicas por via parenteral, aumentando as possíveis complicações. Os diferentes tecidos têm um nível máximo de toxicidade que depende das propriedades antioxidantes dos mesmos.

Em concentrações ideais de Ozono Médico, demonstrou-se ausência de efeitos teratogénicos e cancerígenos em animais de experimentação e em pacientes humanos voluntários. Igualmente verificou-se ausência de complicações em diversos estudos clínicos à excepção dos referenciados com má prática clínica médica.

Daí a importância de seguimento de protocolos clínicos terapêuticos adequados, nomeadamente os constantes na Declaração de Madrid.

Propriedades do ozono

  • Analgésicas – ao aplicar o gás no local da dor vai neutralizar os mediadores de sensações dolorosas.
  • Anti-inflamatórias – O ozono tem um efeito anti-inflamatório direto, sem o efeito secundário dos corticóides.
  • Anti-oxidantes e Anti-radicais livres – o ozono é o único meio conhecido atualmente que tem a capacidade de estimular todas as enzimas anti-oxidantes encarregues da eliminação de radicais livres.
  • Germicida –  elimina e inativa todo o tipo de micro-organismos patogénicos tais como fungos, bactérias e vírus.
  • Imuno-modelador – o ozono estimula o sistema imunitário em doentes com imunosupressão ou doentes auto-imunes.
  • Revitalizante – O ozono tem capacidade de promover a recuperação funcional de numerosos pacientes afetados por patologias degenerativas.
  • Oxidantes e regenerador – o ozono aumenta a capacidade do sangue para absorver e transportar oxigénio melhorando a função circulatória e celular e promovendo a regeneração dos tecidos.
Na Ozonoterapia…

O Ozono na Ozonoterapia, quando administrado em doses terapêuticas precisas e por técnicos especializados, é uma excelente terapia para decrescer o colesterol no sangue e utilizado igualmente no tratamento de doenças infeciosas agudas e crónicas.

A terapêutica melhora a circulação sanguínea, aumentando a performance física. A capacidade do Ozono em ativar o metabolismo dos Glóbulos vermelhos e brancos do sangue, produz uma melhoria no bem-estar geral e uma revitalização de todo o organismo.

A ozonoterapia recorre ao ozono para realizar diversos tratamentos e é livre de substâncias tóxicas. A indução de ozono no organismo, pode ser efetuada mediante o recurso a técnicas diferenciadas, de acordo com a patologia a tratar.

Baixas concentrações de ozono podem desempenhar funções importantes no interior das células e, por isso, é indicado para inúmeras patologias

Benefícios da aplicação do ozono

  • Combate hemorragias;
  • Ativa a defesa antioxidante endógeno combater o stress oxidativo.
  • É um germicida potente;
  • Elimina vírus, bactérias, leveduras, fungos e protozoários
  • Estimula o sistema imunológico
  • Imunológico sistema de regulação;
  • Melhora a circulação sanguínea
  • Melhora a função cerebral e a memória
  • Melhora o metabolismo do oxigénio;
  • Melhora o metabolismo das células vermelhas do sangue;
  • Melhora o fluxo sanguíneo para os tecidos do corpo humano;
  • Normaliza a produção hormonal e enzimática
  • Normaliza o sistema nervoso
  • Previne e combate doenças degenerativas
  • Previne e combate doenças auto-imunes
  • Purifica o sangue e linfa
  • Reduz inflamações
  • Reduz a dor
  • Oxida as toxinas, permitindo a excreção de metais pesados

Técnicas de administração

A Ozotec diferencia-se pela introdução das seguintes técnicas inovadoras:

  • Tratamento Retal: Um método inovador, indolor para o paciente, que mistura o oxigénio medicinal com o ozono e é absorvido pela mucosa intestinal em segundos. Este procedimento de insuflação retal está direcionado para o tratamento inflamatório do intestino, fiscula intestinal, potencia o sistema imunitário, Síndrome de fadiga, combate radicais livres, Acne e rendimento desportivo.
  • Tratamento Auto-hemoterapia Maior: O processo passa por extrair sangue venoso que depois de tratado com Ozono medicinal é reintroduzido no paciente. Esta técnica é especialmente aconselhada para pos quimioterapia combate anemia, síndroma de fadiga, doenças Alzaimer , Parkison, potencia sistema Imunitario, processos inflamatórios e Colesterol. para revitalização geral, particularmente útil para atletas, e no tratamento de problemas circulatórios.
  • Tratamento Auto-hemoterapia menor: A metodologia é extrair sangue do paciente, trata-lo com Ozono medicinal e administrar de forma intramuscular. Pode ser usado em doenças alérgicas, acne, processos inflamatórios.
  • Tratamento Intramuscular: A Ozonoterapia é uma técnica em que o gás ozono é administrado através de uma agulha de pequeno calibre, infiltrando-se na área ou músculos afetados no sentido de eliminar a sensação de dor e diminuir a inflamação.
  • Insuflável:O processo passa por introduzir um saco na zona infectada insuflado o mesmo com ozono medicinal.
    – Ulceras em diabeticos
    – Combate : Vírus, Fungos e Bacterias

Aplicações do ozono

As aplicações em Ozonoterapia são determinadas em função dos seus efeitos fisiológicos bem conhecidos. Isto determina o amplo número de patologias nas quais resulta a sua utilidade de forma isolada ou como terapia complementar.

As concentrações e modo de aplicação variam em função do problema a tratar, na qual a concentração de Ozono determina o tipo de efeito biológico que produz e o modo de aplicação determina o âmbito de acção no organismo.

Assim, podem beneficiar da Ozonoterapia as patologias com origem inflamatória e dolorosa, infecciosa, isquémica, e as alterações do stress oxidativo.

Aparelho Locomotor:

  • Artrite Reumatóide
  • Artrite psoriática
  • Artrose ( Anca, Joelho, Cotovelo, Ombro)
  • Bursites e tendinites
  • Coluna vertebral (Hérnia discal, cervical, lombar, dorsal, dor ciatica e conflitos discorradiculares)
  • Epicondilites
  • Estenoses do canal
  • Espondilite anquiolosante
  • Fascite
  • Fascite plantar (esporões nos pés)
  • Fibromialgia Reumática
  • Lesões desportivas
  • Osteítes
  • Osteonecroses
  • Pubalgias
  • Rendimento desportivo
  • Síndrome da fadiga crónica
  • Síndrome do túnel cárpico e outras neuropatias periféricas
  • Tendinites
  • Tratamento local de processos sépticos (osteomielites)

Aparelho Cardiovascular:

  • Cardiopatia isquémica
  • Claudicação Intermitente
  • Complicações vasculares da diabetes
  • Escaras (feridas)
  • Insuficiência Venosa, Linfedema e Retenção de líquidos
  • Isquémia do miocárdio
  • Melhora a circulação sanguínea
  • Neuropatia diabética
  • Pé diabético
  • Ruptura de capilares
  • Tromboflebites
  • Ulceras (pé diabético, varicosas e por pressão)
  • Varizes

Aparelho Digestivo:

  • Colite ulcerosa
  • Diverticulite
  • Doença de Crohn
  • Fistulas perineais
  • Hemorroidas
  • Polipose
  • Proctitis
  • Ulceras gástricas ou duodenais

Aparelho Imunitário:

  • Doenças autoimunes
  • Estimula o sistema imunitário
  • Hepatites (de todo o tipo)
  • Vírus da Imunodeficiência Humana (SIDA)

Medicina Estética e Dermatologia:

  • Acne
  • Alergias diversas
  • Cicatrizes
  • Dermatite atópica
  • Eczema
  • Fungos, bactérias e vírus
  • Herpes Simplex e Zoster
  • Lipodermitis e lipodistrofias localizadas ( Celulite )
  • Lipomatosis
  • Micoses
  • Mucositis
  • Processos ectmatosos
  • Psoríase
  • Queimaduras
  • Viríase cutânea

Neurologia:

  • Alzheimer
  • Arteriosclerose cerebral
  • Ataques de panico / Ansiedade
  • Cefaleia (dor de cabeça)
  • Demência Senil, pré senil
  • Depressão
  • Esclerose Lateral Amiotrófica
  • Esclerose múltipla
  • Parkinson
  • Sindrome de fadiga
  • Terapia da dor

Ginecologia:

  • Complicações sépticas obstétricas e puerpérias ( infecções pós operatórias em cesarianas )
  • Infecções genito-urinárias por vírus , fungos e bactérias (candidiase)
  • Herper genital
  • Processos inflamatórios e abcessos da mama
  • Vulvovaginites de repetição

Oftalmologia:

  • Conjuntivite crónica
  • Glaucoma de ângulo aberto
  • Neurite ótica
  • Neuropatia Óptica
  • Queratite herpética
  • Retinopatia diabética
  • Retinosis pigmentária

Odontologia:

  • Branqueamento Dentário
  • Tratamento de Cáries

Geriatria:

  • Cansaço e fadiga crónica
  • Perda de memória

Otorrinolaringologia:

  • Amigdalite crónica
  • Faringite infecciosa
  • Síndrome vestíbulococlear periférico

Oncologia:

  • Prevenção
  • Coadjuvante da quimioterapia e radioterapia
  • Pós-quimioterapia

Declaração de Madrid sobre Ozonoterapia

Foi aprovado na primeira reunião internacional de Escolas de Ozonoterapia realizada na Real Academia Nacional de medicina em Madrid 3-4 de Junho de 2010, sob os auspícios da Associação Espanhola de profissionais médicos de Ozonoterapia (AEPROMO)

Considerando que desde o descobrimento do ozono pelo químico alemão Christian Friedrich Schönbein em 1840, o uso médico tem aumentado em diferentes partes do mundo; tem havido maior interesse pelos profissionais de saúde em saber como funciona e quais são os seus benefícios; o número de ozonoterapeutas tem aumentado em diferentes lugares do mundo; e um número crescente de pacientes tem beneficiado com a Ozonoterapia.

No entanto, a sua consolidação não tem sido fácil, ainda encontrando-se resistência na comunidade médica e o seu reconhecimento a nível do plano legal requer maior coordenação de esforços.

Recordando que investigações pré-clínicas e clínicas com um considerável rigor científico tem-se vindo a realizar na Alemanha, Cuba, Itália, Rússia e outros países, obtendo resultados que avaliam seu uso através de diferentes protocolos médicos.

Tendo em conta que os estudos pré-clínicos, genotóxicos, toxicológicos, farmacológicos e clínicos, avaliem a aplicação e a inocuidade desta terapia médica em ampla escala de doses.

Realçando que a investigação e a experiência clínica acerca do ozono médico avançam apesar dos diferentes obstáculos que enfrentam, o que significa um desafio permanente para os investigadores e as associações médicas de Ozonoterapia, principalmente pela falta de ajudas financeiras necessárias para prosseguir em frente com a necessária investigação clínica.

Aceitando que é absolutamente necessário trabalhar com objectivos concretos, planificando globalmente um conjunto de esforços que possam avançar com maior precisão, rigor e firmeza na terapia do ozono.

Reconhecendo que existem variáveis que a comunidade médica pretende padronizar, considerando que já existem avanços significativos a esse respeito a ter em conta; tornase necessário continuar o estabelecimento de definições médicas, de procedimentos e protocolos, sempre que necessário, para óptimas aplicações, bem como criar um guia de boas práticas, para evitar desta forma possibilidade de má praxis.

Acolhendo com enorme satisfação que a Ozonoterapia foi regularizada na Rússia em 2007 pelo Serviço Federal de controlo na área da Saúde Pública e Desenvolvimento Social, primeiro país no mundo a fazê-lo; em Cuba em 2009 pelo Ministério da Saúde Pública; Espanha por Comunidades Autónomas de Baleares e Canárias (2007), Madrid (2009) e Galiza, Castela – La Mancha e Castilha e León (2010); avanço significativo temse verificado na Itália, a favor da Ozonoterapia nas regiões de Lombardia (2003), EmíliaRomagnha (2007) e Marche (2009) e decisões judiciais favoráveis foram aprovadas pelo Tribunal Administrativo de Lazio (1996-2003).

Os palestrantes do “Encontro Internacional de Escolas de Ozonoterapia” e as Associações de Ozonoterapia presentes no mesmo aprovam as seguintes

CONCLUSÕES

Primeira. Aprovar as “Abordagens Terapêuticas para a Utilização do Ozono” detalhados na secção “Recomendações” da presente Declaração.

Segunda. Aumento do intercâmbio de conhecimento, investigações e experiências positivas e negativas que ocorrem no mundo da Ozonoterapia, que permitam tirar proveito das enormes vantagens desta terapia. Estimular a publicação dos resultados das investigações em revistas médicas especializadas.

Terceira. Incentivar os investigadores da área da saúde para aumentar os seus esforços criativos a fim de que a Ozonoterapia continue a demonstrar seus benefícios terapêuticos, essencialmente no domínio da segurança e eficácia com o desenvolvimento de ensaios clínicos controlados.

Quarta. Promover o desenvolvimento de procedimentos Normalizados, de acordo com os novos conhecimentos tendo como objectivo elevar a qualidade e a normalização dos vários tratamentos.

Quinta. Desenvolver esforços sistemáticos para em cada congresso/encontro científico que seja organizado, a adoptarem conclusões que reflictam os progressos alcançados e definir metas realistas e realizáveis; partilhar as conclusões e metas para incentivar e promover a investigação e aprofundar os conhecimentos da terapia do ozono. Trabalhar para harmonizar e uniformizar critérios a nível internacional com as diferentes sociedades científicas.

Sexta. Estimular as diferentes associações para que trabalhem em seus respectivos países onde a Ozonoterapia não esteja regularizada, a fim de que possa auferir de um estatuto legal.

Sétima. Promover a elaboração de livros didácticos e organizar cursos teórico-práticos de formação Especializada em Ozonoterapia para os praticantes, a fim de que obtenham sólidos conhecimentos, que se traduzem numa preparação médica diferenciada e eficiente, trazendo benefícios aos pacientes.

Os palestrantes do “Encontro Internacional de Escolas de Ozonoterapia” e as Associações de Ozonoterapia presentes no mesmo aprovam a seguinte

RECOMENDAÇÃO

Que as “Abordagens Terapêuticas para a Utilização do Ozono” detalhada no anexo a esta “Declaração de Madrid” e parte integrante desta, sirva de referência para os ozonoterapeutas e para que a apliquem cuidadosa e sistematicamente.
Estas ” Abordagens Terapêuticas para a Utilização do Ozono ” constituem um resumo das investigações científicas de vários países e são o resultado de muitos anos de prática clínica e experimental.

Os palestrantes do “Encontro Internacional de Escolas de Ozonoterapia” e as Associações de Ozonoterapia presentes no mesmo

Manifestamos nosso profundo agradecimento ao Dr. Velio Bocci, professor emérito de Fisiologia da Universidade de Siena, pelas significativas e importantes contribuições que fez em favor da Ozonoterapia, nomeadamente nos campos da investigação, docência, divulgação e da atenção ao paciente, conduzindo à expressão máxima de toda a história da Ozonoterapia, que deve ser considerado um dos mais importantes pioneiros desta.

Finalmente manifestamos o nosso agradecimento à Associação Espanhola de Profissionais Médicos de Ozonoterapia (AEPROMO) pela iniciativa e realização deste “Encontro Internacional de Escolas de Ozonoterapia” e recebido nas paredes centenárias da Real Academia Nacional de Medicina em Madrid.
Madrid, 4 de Junho de 2010.

ANEXO À DECLARAÇÃO DE MADRID SOBRE A OZONOTERAPIA E PARTE INTEGRAL DESTA

Recomendação aprovada pelo “Encontro Internacional de Escolas de Ozonoterapia”, realizada na Real Academia Nacional de Medicina em Madrid 3-4 de Junho de 2010, sob os auspícios da Associação Espanhola de Profissionais Médicos de Ozonoterapia (AEPROMO)

ABORDAGENS TERAUPÊUTICAS PARA O USO DO OZONO

1. FUNDAMENTOS TERAPÊUTICOS

As indicações terapêuticas para o uso do ozono estão fundamentadas no conhecimento que baixas concentrações de ozono podem desempenhar funções importantes dentro da célula. Tem-se demonstrado a nível molecular diferentes mecanismos de acção, que suportam as evidências clínicas desta terapia.

Existem concentrações placebo, terapêuticas e tóxicas. Tem-se demonstrado que concentrações de 10 ou 5 µ/ml ou ainda doses mais pequenas exercem efeitos terapêuticos com uma ampla margem de segurança, por isso actualmente se aceita concentrações terapêuticas que variam dos 5-60 µ g/ml. Para esta escala de doses incluímos tanto técnicas de aplicação local como sistémica.

Devemos realçar que cada via de aplicação tem doses mínimas e máximas; assim como concentrações e volumes a administrar.

As doses terapêuticas são divididas em três tipos segundo o seu mecanismo de acção:

a) Dose baixa: estas doses têm um efeito imunomodulador e utilizam-se nas doenças onde há suspeitas de compromisso do sistema imunológico.

b) Dose média: são imunomoduladoras e estimuladoras do sistema enzimático de defesa antioxidante e de grande utilidade nas doenças crónico-degenerativas tais como, diabetes, arteriosclerose, DPOC, doença de Parkinson, Alzheimer e demência senil.

c) Doses altas: se utilizam especialmente em úlceras ou feridas infectadas. Também para ozonizar azeite e água. A ozonização de azeite nunca pode ser produzido com um gerador médico, porque não se pode evitar que o vapor do azeite se difunda nos tubos de alta tensão. O resultado é a produção de diversas substâncias muito tóxicas! Excepto nos geradores com válvula que cortam a saída do ozono.

2. PRINCÍPIOS BASICOS EM OZONOTERAPIA

Os três princípios básicos que se devem ter em conta antes de iniciar qualquer

Procedimento com ozono terapêutico, são os seguintes:
a) Primum non nocere: em primeiro lugar não fazer mal.

b) Escalonar a dose: em geral, começar sempre com doses baixas e ir subindo lentamente, excepto em úlceras ou feridas infectadas, nestas proceder-se-á de forma inversa (começar com altas concentrações e ir diminuindo em função da melhoria clínica).

c) Aplicar a concentração necessária: maiores concentrações de ozono não são necessariamente melhores, de igual forma como ocorre em medicina com todos os fármacos.

Se você não conhece o balanço redox (antioxidantes/pro-oxidantes) e o paciente encontra-se em stress oxidativo, uma dose inicial média ou alta, você pode lesar os mecanismos antioxidantes celulares e agravar o quadro clínico. É preferível começar com doses baixas e subi-las lentamente segundo a resposta do paciente.

3. PRINCIPAIS FORMAS DE APLICAÇÃO

O ozono médico pode aplicar-se localmente ou parenteral. As diversas formas de aplicação do ozono podem ser usadas isoladas ou em combinação, com objectivo de exercer um efeito sinérgico.

3. 1 FORMAS DE APLICAÇÃO RECOMENDADAS

As vias de aplicação descritas abaixo são seguras, provadas e são o resultado de muitos anos de experiência e de investigação.

Aceitamos favoravelmente a escala terapêutica das doses indicada pelas guide lines da Associação Russa de Ozonoterapia, publicada no seu “Manual de Ozonoterapia” (2008); As guide lines para o Uso do Ozono em Prevenção e Terapia (2009); As guide lines do Centro de Investigação de Ozono, dependência científica do Centro Nacional de Investigação Científica de Cuba, publicados em seu livro “Ozono, Aspectos Básicos e Aplicações Clínicas” (2008); e o significativo suporte científico do Dr. Velio Bocci no documento “Há algum futuro da Oxigeno-Ozonoterapia em medicina?” (Rev. 2010) enviado pelo autor para este Encontro Internacional.

3.1.1 Auto hemoterapia Maior (AHTM)

A escala de volumes a utilizar varia entre 50 ml e 100 ml. Volumes de sangue maiores do que 200 ml devem evitar-se para prevenir riscos de transtornos hemodinâmicos, principalmente em doentes idosos ou descompensados. O Kit de perfusão deve ser certificado e sob hipótese alguma devera ser usado materiais de PVC por provocarem reacções com o ozono.

As concentrações de ozono de 80 µg/ml e superiores devem evitar-se igualmente pelo risco aumentado de hemólise, diminuição do 2,3 DPG e uma consequente incapacidade de activação das células inmunocompetentes.

O número de sessões de tratamento e a dose do ozono a administrar dependera do estado geral do paciente, idade e a sua doença de base. Como regra geral em cada 5 sessões se aumenta a dose do ozono e se administra em ciclos que variam entre 5 e 20 sessões. Do ponto de vista clínico a melhoria do paciente se apresenta entre a 5ª e a 10ª sessão, e considera-se que após a 12ª sessão os mecanismos de defesa antioxidantes já se encontram activados. O tratamento ocorre por ciclos e se administra diariamente, de segunda a sexta que também poderá ser realizado 2 a 3 vezes por semana.

3.1.2 Infiltração intramuscular, paravertebral e intra-articular

3.1.2.1 Paravertebral

A Infiltração realiza-se a 2 cm lateral das apófises espinhosas. A distribuição das agulhas será sempre bilateral, lateral a 2 centímetros acima do espaço herniário e a 2cm abaixo.

Profundidade de 2 a 4 cm, em função da Constituição do paciente e/ou localização a ser tratada (menor em pacientes magros e região dorsal, maior em pacientes obesos e na região lombar).

Tratamento se realiza duas vezes por semana nas duas primeiras semanas e uma vez obtida a melhoria clínica começamos a espaçar os tratamentos a uma vez por semana por quatro a seis semanas e, posteriormente, uma sessão de quinze em quinze dias para completar um ciclo de 20 sessões, que podem ser eliminadas em caso de desaparecimento da sintomatologia. Os tamanhos de agulha recomendados para este procedimento são de 25 a 30 G x 1½ “. Em alguns casos e em mãos experientes podem ser utilizadas agulhas mais largas.

É importante que o médico explore cuidadosamente a musculatura da zona lombosagrada bem como as articulações sacroilíacas para detectar uma possível inflamação ou um “pontos de gatilho” nessa zona, sobretudo em pacientes com discartrose que não respondem adequadamente às infiltrações paravertebrais.

Concentração [μg/ml] 10-20

Volume / ml 5-20

Dose / µg 50-400

3.1.2.2 Hérnias

Hérnias cervicais

Concentração de 10 e 20 µg/ml, administra-se volume de 5 ml.

Hérnias dorsais

Concentração de 10 e 20 µg/ml, administra-se volume de 5 ml.

Hérnias lombares

Concentração de 10 e 20 µg/ml, administra-se volume de 5 ml de 5-10 ml

3.1.2.3 Tratamento Intra-articular

Concentração: 5-10-20 µg/ml

Volume em função do tamanho da articulação

Dedos: 1-2 ml

Resto: 5 – 20 ml

3.1.2.4 Tratamento Intradiscal

Se realiza uma infiltração Intradiscal, geralmente única, ainda que poderá repetir-se de 2 a 4 semanas sob controlo de intensificador de imagem, fluoroscópio, ou da TAC. O paciente deve estar sob sedação (mas não submetido a anestesia geral) e antibioterapia profiláctica a efectuar no dia do procedimento.

Na discolise lombar utiliza-se uma mistura de oxigeno – ozono 5-15 µg/ml a uma concentração de 25-30 µg/ml. Na discolise cervical 5 ml com a mesma concentração. A discolise com ozono apesar de ser efectiva com um único tratamento, requer infraestrutura específica (para controlo radiológico), médico anestesista e pessoal treinado para a realização desta técnica. Quando usamos a técnica Paravertebral são necessárias mais sessões, mas é igualmente efectiva e com um nível de risco mínimo.

3.1.2.5 Tratamento peridural (translaminar)

Realiza-se uma infiltração no espaço peridural, com prévia identificação deste, com uma frequência bissemanal. Utiliza-se uma mistura de oxigênio-ozono de 5 ml de volume com uma concentração de 20 µg/ml.

O método de peridural translaminar ou por via do hiato sagrado constitui uma alternativa a considerar no tratamento da hérnia discal com Ozonoterapia, apesar de constituir um método indirecto em relação ao método Intradiscal já que:

  • O cirurgião não se expõe ao risco de radiações assim como o paciente.
  •  Quando o gás é injectado no espaço peridural ao nível da zona de conflito discoradicular,o mesmo actua sobre o disco e sobre a raiz danificada.
  • É de fácil realização, não causando danos neurológicos e reintegrando o paciente à sua vida habitual em pouco tempo.
  • Não há necessidade de grandes recursos materiais assim como equipamento o que torna este método mais efectivo e menos dispendioso.
  • Requer um menor número de sessões em relação ao método paravertebral.
  • É muito útil na presença de múltiplas hérnias discais.
  • Taxa de sucesso acima dos 70%.
  • Mínimo tempo de recuperação.
  • Pode ser realizado em pacientes que apresentam doenças importantes associadas.
  • Em qualquer caso, as três técnicas comentadas requerem estritas medidas de assepsia e esterilização, bem como de um consentimento informado por escrito.

3.1.3 Bolsa de ozono

Concentrações de 60-40-30-20 µg/ml, segundo o estádio e a evolução da lesão, durante 20 a 30 minutos. 60-70 µg/ml devera ser usado apenas em infecções purulentas. Uma vez controlada a infecção e logo que apareça tecido são de granulação, deve-se reduzir a concentração e espaçar as sessões para favorecer a cicatrização.

3.1.4 Aplicação subcutânea
A concentração de ozono utilizada é de 5-10 µg/ml e utiliza-se um volume de gás muito pequeno (1-2 ml) com agulha 30G.

Eficiente no tratamento da dor neuropática. Também se pode empregar para fins cosméticos na celulite, aplicando volumes nunca maiores do que 100 ml por sessão.

3.1.5 Campânula ou Ventosa de ozono

As concentrações a utilizar variam de 15 a 60 µg/ml e a duração do tratamento vária de 15 a 20 minutos.

3.1.6 Insuflação em fístulas.

Devemos assegurar primeiro que não existe comunicação com a via respiratória. Teremos que ter sempre em conta a possibilidade de acumulação de gás em uma cavidade fechada ou quística, a fim de evitar o perigo de aumento de pressão e dor, por exemplo fístulas cutâneas, perianais e cirúrgicas.

3.1.7 Oftalmologia

Em casos oftalmológicos (queratitis, úlceras da córnea, conjuntivite e queimaduras oculares), usa-se um sistema de fixação especial adaptado para ao contorno do olho. Previamente utiliza-se um colírio anestésico e se aplica ozono a uma concentração entre 20 e 30 µg/ml durante 5 minutos. Preconiza-se duas a três aplicações por semana combinadas com injecção subconjuntival de ozono a uma concentração 35 µg/ml com um volume de 1-2 ml.

3.1.8 Insuflação vaginal

Utilizam-se concentrações de ozono 20-40 µg/ml com um volume entre 1000-2000 ml a uma velocidade de fluxo contínuo de 0,1 a 0,2 l/min durante 10 minutos, previa lavagem vaginal com água ozonizada e água bidestilada a uma concentração de 20 µg/ml. Para esta aplicação é necessário o uso de um dispositivo destruidor de ozono.

3.1.9 Insuflação Vésico uretral

Insufla-se entre 50 e 100 ml de ozono até à bexiga ou uretra, consoante o caso a tratar. As concentrações recomendadas são entre 10-15-20 e 25 µg/ml (subindo gradualmente).Pode-se combinar o tratamento com irrigação prévia de água ozonizada.

3.1.10 Via óptica

Previamente humidifica-se o pavilhão auricular e insufla-se utilizando uma seringa ou auriculares especiais com um dispositivo destruidor de ozono. Verificar se o tímpano está intacto. Concentrações de 20-30 µg/ml durante 5 minutos.

3.1.11 Via sublingual

É uma via segura em pacientes maiores de 12 anos, atendendo que possam colaborar activamente quando pedimos que contenham a respiração (apneia) enquanto se realiza a injecção de ozono. As concentrações são 15-20 µg/ml com um volume de 2,5 ml por ponto a infiltrar nos pilares anterior e posterior de ambas as amígdalas. Preconiza-se de
quatro a cinco sessões.

3.1.12 Micro doses em pontos de gatilho e de acupunctura

Os pontos de gatilho geralmente estão situados nos músculos e quase sempre profundamente pelo que a aplicação deve ser intramuscular e o volume de ozono oscila entre os 5-10 ml dependendo do local anatómico e a concentração entre 10 e 20 mcg/ml.

Em pontos de acupunctura ou zonas de reflexoterapia a aplicação é intradérmica e oscila entre 0,1 a 0,3 ml e no máximo até 1 ml, de mistura de gás O2-O3 em concentrações inferiores a 30 µg / ml.

3.1.13 Aplicação tópica de água, óleo e cremes ozonizados

Aplica-se em feridas, úlceras e lesões infectadas em diferentes concentrações, altas, médias e baixas, dependendo do que pretende obter (desinfecção, regeneração) e o tipo de tecido onde se aplicam.

3.1.14 Solução salina ozonizada

A escala das concentrações de ozono a partir do gerador é 500 mcg/l 5000 mcg/l. A ozonização é levada a cabo com concentrações muito baixas de ozono, as quais são calculadas de acordo com o peso do paciente. A fórmula utilizada é 25 mcg por 1 kg de peso do paciente. Por exemplo: se o paciente pesa 80 kg multiplica-se 80 x 25 = 2000 mcg (2 mcg/ml ou de 2 mg/L). Esta cifra corresponde a uma concentração gerada pelo equipamento, que é muito baixa e não chega a 2,0 mcg/ml. Por este método nunca se utilizam concentrações produzidas pelo gerador de ozono, acima dos 3000 mcg/L.

O procedimento consiste em:

  • Borbulhar 200 ml de solução salina a 0,9% durante 10 min, tempo necessário para se obter uma saturação adequada da solução de 20 µg/ml até 200 µg/ml de concentração.
  • Iniciar logo a transfusão da solução por gota a gota ao paciente durante 25 a 30 minutos, sob a técnica constante de borbulhar do ozono no frasco, para manter a concentração da solução.
  • Retire o borbulhar quando a transfusão chega aos 150 ml, deixando no frasco 50 ml de solução como margem de segurança.
  • Actualmente dispõe-se de equipamento que mantém a concentração de ozono da solução sem a necessidade de manter o borbulhar durante a transfusão.

3.1.15 Doses usadas em pediatria via rectal

Via de Aplicação sistemática somente por via rectal.

  • As concentrações utilizadas dependem do grau de stress oxidativo do paciente e da patologia a tratar.
  • O volume administrado depende da idade do paciente.
  • A Sonda rectal será introduzida de 1-2 cm do esfíncter anal.

3.1.16 Escala de doenças nas aplicações de insuflação rectal e autohemoterapia maior

3.1.16.1 BAIXA ESCALA

    • Regeneração biológica
    • Gota
    • Fibromialgia

3.1.16.2 BAIXA-MÉDIA ESCALA

  • Insuficiência renal crónica
  • Cancro
  • Nefropatías

3.1.16.3 MÉDIA ESCALA

  • Doenças neurodegenerativas: Alzheimer, Parkinson síndromes de demências.
  • Doenças pulmonares: enfisema, DPOC,. Síndrome respiratório agudo.
  • Doenças oftalmológicas: Retinose pigmentar, catarata, glaucoma, degenerescência macular relacionada com a idade
  • Doenças hematológicas: Beta-talassemia, anemia falciforme.
  • Doença vascular: HTA, insuficiência venosa, doença arterial periférica, AVC, isquemia cardíaca, estase venosa.

3.1.16.4 MÉDIA-ALTA ESCALA

Doenças virais: herpes simples, herpes zóster, SIDA, hepatite A, B, C, a Papilomatose vírica humana.

  • Diabetes.
  • Paralisia Cerebral.
  • Doenças dermatológicas.
  • Doenças ortopédicas.
  • Giardíase.
  • Candidíase e Criptosporidiose.
  • Doenças alérgicas
  • Síndrome de fadiga crónica.
  • Lupus eritematoso sistémico.
  • Artrite reumatóide.
  • Doença de Crohn.
  • Doenças inflamatórias intestinais.
  • HIV / SIDA.
  • Esclerose múltipla.

3. 2 VIAS DE APLICAÇÃO NÃO RECOMENDADAS POR NÃO SER SEGURA

3.2.1 Injecção de ozono endovenoso directo

Decididamente desaconselha-se a sua aplicação devido ao risco de embolia gasosa que pode produzir mesmo que se utilize a bomba de infusão lenta com volumes de 20 ml. As complicações da embolia vão desde uma simples sensação de um borbulhar torácico, tosse, sensação de peso rectro-esternal, vertigens e alterações da visão (ambliopia), sinais de hipotensão de crise de isquemia cerebral (paresia dos membros) e morte.

Logo não se justifica por em risco o paciente e a terapia, já que existem métodos seguros, testados e eficazes, como são a autohemoterapia maior, a autohemoterapia menor e a insuflação por via rectal.

3.2.2 Vitaminas e ozono

Durante o tratamento com ozono é necessário suspender todos os suplementos de antioxidantes que contém vitamina C e vitamina E. A presença destes compostos em concentrações elevadas interfere com a acção do ozono como agente oxidante, e portanto, intervindo no bom curso normal da terapia. É importante comunicar ao paciente que não deve ingerir quantidades excessivas de alimentos que contenham estas vitaminas. Por conseguinte, as vitaminas e antioxidantes, se devem administrar antes ou depois da Ozonoterapia, mas nunca durante o tratamento.

3. 3 VIA EM FASE DE APLICAÇÃO EXPERIMENTAL ANIMAL

Intraperitoneal

Esta via ainda se encontra em fase experimental científica em animais, tendo sido adoptado diversas abordagens tumorais, constatando-se que o ozono é mais citotóxico para as células tumorais do que muitos citostáticos utilizados, sem apresentar os efeitos secundários da quimioterapia. A investigação nessa área tem-se desenvolvido nos Serviços Veterinários e Laboratório de Medicina Animal da Universidade Philipps de Marburg (Alemanha) pelo médico veterinário Prof. Siegfried Schutz.

É de salientar que as investigações em animais matem-se em constante evolução.

Os estudos experimentais para o tratamento do cancro em seres humanos ainda não são conclusivos.

Em seres humanos tem-se utilizado para o tratamento de peritonites, lavagem peritonial com água ozonizada, aplicando 200 a 300 ml de volume a uma concentração de 10 a 20 µg/ml, através de um cateter de silicone implantado na cavidade peritonial.

3. 4 VIA DE APLICAÇÃO PROIBIDA

Por inalação

A via inalatória está absolutamente proibida, por ser altamente tóxica. As características anatómicas e bioquímicas do pulmão fazem que este seja extremamente sensível aos danos oxidativos do ozono.

3. 5 VIA DE APLICAÇÃO QUE NÃO TEM RECEBIDO TOTAL UNANIMIDADE

Solução salina ozonizada

As escolas Russa e Ucraniana utilizam como outra forma de aplicação sistémica do ozono e sua prática esta bastante difundida nestes países. Sua eficiência é testemunhada pelos resultados das investigações científicas apresentadas nas 8 Conferencias científicopraticas que se realizaram na Rússia desde 1992 até 2009. Contudo esta metodologia ainda não encontrou o consenso entre algumas escolas e deixa-se a critério dos médicos a eleição de usar ou não esta técnica.

3.6 REQUESITOS INDISPENSAVEIS

As vias de aplicação descritas requerem pessoal tecnicamente capacitado para realizar qualquer procedimento bem como de um consentimento informado por escrito, seguido de estritas medidas de assepsia e esterilização.

Como qualquer outra prática médica, em Ozonoterapia todo o material que entra em contacto com tecido e fluidos do paciente devem ser descartáveis e de um só uso, ou em caso de esterilizado (material cirúrgico), antes da administração do ozono este deve passar por um filtro anti-microbiano estéril < que 20 µm.

4. PATOLOGIAS MAIS APROPIADAS PARA SEREM TRATADAS COM OZONOTERAPIA

Das doenças sensíveis ao tratamento com ozono podemos classifica-las em três categorias, dependendo do grau de êxito terapêutico alcançado.

4.1 Doenças de primeira categoria

Entre elas encontramos:

a. Osteomielitis, enfisema pleural, abcessos com fístula, feridas infectadas, úlceras decúbito, escaras, úlceras crónicas, pé diabético e queimaduras.

b. Doenças isquémicas avançadas.

c. Degenerescência macular relacionada com a idade (forma trófica) porque a oftalmologia ortodoxa não apresenta um tratamento significativo.

d. Doenças ortopédicas e osteoartrose localizada.

e. Síndrome de fadiga crónica e fibromialgia.

f. Odontologia relacionada com lesões de cáries primárias, particularmente em crianças.

g. Estomatologia para infecções crónicas e recorrentes da cavidade oral.

h. Doenças infecciosas agudas e crónicas, particularmente causadas por bactérias resistentes aos antibióticos ou aos tratamentos químicos, vírus, fungos (hepatites, HIV – SIDA, infecções herpéticas e herpes zóster, infecções de papiloma por vírus, onicomicoses e candidíase, giardíases e criptosporidioses). Candidíases vaginal e bartolinites.

A Ozonoterapia representa um apoio útil a estas doenças, mas há que salientar que nem o ozono, nem seus metabolitos, entre eles H2O2, alcançam uma concentração tecidular germicida, já que os agentes patogénicos livres estão protegidos por antioxidantes plasmáticos e os vírus intracelulares são inalcançáveis.

Para estas patologias a Ozonoterapia, de forma exclusiva ou adjuvante ao tratamento específico, segundo os casos, constituem um medicamento/tratamento com elevado êxito terapêutico.

4.2 Doenças de segunda categoria

Se incluem:

a. Fadiga relacionada com o cancro. A Ozonoterapia associada aos tratamentos ortodoxos pode acelerar e melhorar os resultados. Contudo, a Ozonoterapia até o presente momento não tem demonstrado um efeito terapêutico no cancro. Para estas patologias o tratamento com ozono é coadjuvante ao tratamento convencional. Existem evidências clínicas da sua utilidade, no entanto ainda são necessários estudos mais profundos.

b. Asma.

4.3 Doenças de terceira categoria

De entre outras se incluem:

a. Doenças auto-imunes (esclerose múltipla, artrite reumatóide, doença de Crohn, psoríase).

b. Demência senil.

c. Doenças pulmonares: Enfisema, doença pulmonar obstrutiva crónica, fibrose pulmonar idiopática e a insuficiência respiratória aguda.

d. Doenças da pele: psoríase e dermatite atópica.

e. Metástases de cancro.

f. Sepsis severa e disfunção múltipla de órgãos.

Nestes casos a combinação de tratamentos ortodoxos e a Ozonoterapia, pelo menos no campo teórico, indicam que pode ser útil mas carece ainda de evidência clínica real. Registos empíricos sugerem a existência da eficácia terapêutica, mas em muitos casos esta eficácia foi destacada devido à combinação de vários tipos de terapia, e portanto os resultados não são fiáveis. Em alguns estudos tem-se valorizado a combinação da Ozonoterapia com outros tratamentos, concluindo-se que a Ozonoterapia funciona como coadjuvante.

5. BASES GERAIS PARA O TRATAMENTO

Nem todos os pacientes respondem de igual forma ao pequeno e controlado stress oxidativo que produz a Ozonoterapia. Por isso o tratamento com o ozono devera sempre realizar-se de maneira escalonada e progressiva. Começar com doses baixas e aumentar pouco a pouco, para evitar riscos desnecessários, atendendo que ainda não temos um método de diagnóstico clínico do stress oxidativo que nos possa permitir ajustar as doses gradualmente.

Numa consulta, é aconselhável medir e classificar o estado de stress oxidativo do paciente, utilizando marcadores como o malonildialdehído, catalase, superóxido dismutase, glutatião peroxidase e indicadores da total actividade antioxidante.

Não existindo a possibilidade de medir o grau de stress oxidativo do paciente pelos métodos descritos anteriormente, é muito importante que o médico valorize o estado actual do paciente, se este está apto ou não para receber o tratamento com ozono ou se é necessário previamente melhorar o estado nutricional do paciente.

Como em todo tratamento médico podemos dividir os pacientes em três tipos: Normo-sensíveis, hipo-sensíveis, hiper-sensíveis.

Os factores não controláveis dependem da idiossincrasia do paciente e das características com que se manifesta a doenças.

A Ozonoterapia é um “acto médico” e deve ser praticado por pessoal médico e executado com rigor científico, podendo surgir com muito baixa frequência mínimos efeitos adversos. Por esta razão consideramos que a regularização da Ozonoterapia pelas autoridades deveria incluir os seguintes requisitos e nos casos que ainda não foram regulamentados, os ozonoterapeutas deverão aplicar:

Os centros médicos onde se pratica a Ozonoterapia devem dispor da respectiva autorização sanitária de funcionamento e cumprir os seguintes requisitos:

5.1 Dispor de um médico com formação e experiencia comprovada em Ozonoterapia que será o responsável pela administração do tratamento.

5.2 Utilizar equipamento apropriado para gerar e aplicar a Ozonoterapia que devera contar com as respectivas autorizações das autoridades sanitárias correspondentes. No caso específico da União Europeia com a sigla CE. O equipamento gerador de ozono deve ser calibrado e revisto periodicamente, de acordo com a recomendação do fabricante, para evitar aplicações ou concentrações incorrectas.

5.3 Usar oxigénio medicinal fornecido por uma empresa autorizada.

5.4 Implementar os diferentes protocolos necessários, segundo a via de administração da Ozonoterapia, para garantir a qualidade do tratamento, que deverão estar devidamente validados e acreditados por associações científicas de Ozonoterapia.

5.5 Implementar um consentimento informado por escrito que deverá ser assinado pelo paciente e pelo médico responsável da prática da Ozonoterapia, onde deve constar a história clínica do paciente.

5.6 Dispor de um sistema de ventilação e espaço devidamente arejado.

5.7 Possuir fármacos de emergência (salva-vidas), equipamento de suporte ventilatório ou um balão de Ambú.

5.8 Ter em conta que a aplicação intradiscal do ozono deve ser feita em um bloco operatório de um hospital ou em uma grande unidade de cirurgia de ambulatório.

5.9 A chave para o êxito terapêutico depende de diversos factores controláveis que inclui a preparação científica e da habilidade técnica do ozonoterapeuta, o método que se emprega, a qualidade do ozono, a aplicação de boas práticas médicas em geral. Os factores não controláveis dependem da idiossincrasia do paciente e o estado em que se encontra a doença.

Revista Espanõla de Ozonoterapia

Ozonoterapia para doenças inflamatórias em órgãos genitais femininos

Gennady O. Grechkanev

Gynecologist. Professor of Department of Obstetrics and Gynecology. (Nizhny Novgorod, Medical Academy of Nizhny Novgorod (Nizhny Novgorod, Russia)

Rajani Chandra-D’Mello

Gynecologist. Director of Clinic Doctor Rajani. (Baku, Azerbaidjan)

Adriana Schwartz Tapia

Gynecologist. Director of Clínica Fiorela (Madrid-Spain)

Resumo

Para o tratamento de 100 pacientes com colpite não específica, um método de transmissão Ozonoterapia foi utilizado com a ajuda do gerador de Ozono MEDOZONS e anexo especial com base no espéculo vaginal. A irrigação com uma mistura de ozônio-oxigênio com concentração de Ozono de 2000 mcg /l foi realizada dentro de 5 minutos após a humedecer preliminar da mucosa com água bidestilada estéril. No decorrer das investigações, foi estabelecido que, juntamente com um efeito clinico positivo, a Ozonoterapia causou impressão nas imunidades locais vaginais. Um aumento credível da lisozima em 70% dos pacientes, uma diminuição do nível de IqG em 60% dos pacientes, estabilização do muco peroxídase, do muco cervical em 80% dos pacientes. Também utilizamos irrigações intrauterinas com água bidestilada ozonizada em caso de endometrite aguda. Este método de tratamento foi fornecido a 100 pacientes com endometrite pós-natal e pós abortiva. Com base nos resultados recebidos, concluímos que, no decurso do tratamento, todos os pacientes apresentaram melhora no estado geral, a temperatura corporal voltou ao normal, os sintomas de intoxicação diminuíram, o sono e o apetite melhoraram, a síndrome da dor desapareceu mais rapidamente e as descargas patológicas Foram eliminados. Os resultados das investigações laboratoriais demonstraram uma diminuição credível da ESR, normalização do número de leucócitos e diminuição dos complexos imunes circulantes. Assim, para o tratamento de colpite não específica e endometrite, podemos recomendar o método dado de Ozonoterapia para ser usado em combinação com uma terapia anti-inflamatória básica.

Ozonotherapy for inflamatory diseases in female genital organs

Abstract For treatment of 100 patients with non-specific colpitis a method of streaming Ozonetherapy was used with assistance of the ozone generator MEDOZONS-BM and special attachment on the basis of vaginal speculum. The irrigation with an ozone-oxygen mixture with ozone concentration of 2000 mcg/L was carried out within 5 minutes after preliminary moistening of mucosa with sterile bi-distilled water. In the course of the investigations it was established that along with a positive clinical effect, ozonetherapy caused an improvement in vaginal local immunity indices – a credible increase in lysozyme in 70% of patients, a decrease in IgG level in 60% of patients, stabilization of cervical mucus myeloperoxidase in 80% of patients. Also we have used intrauterine irrigations with ozonized bi-distilled water in case of acute endometritis.

This method of treatment has been provided to 100 patients with postnatal and postabortive endometritis. Based on the received results, we have drawn a conclusion that in the course of treatment all patients showed an improvement in general state, body temperature returned to normal, symptoms of intoxication decreased, sleep and appetite got better, pain syndrome disappeared faster and pathological discharges were eliminated. The results of laboratory investigations have demonstrated a credible decrease in ESR, normalization of leukocyte numbers and an decrease in circulating immune complexes. Thus, for treatment of non-specific colpitis and endometritis we may recommend the given method of ozonetherapy to be used in combination with a basic anti-inflammatory therapy

STRUCTURED ABSTRACT

Introduction.

The problem of inflammatory diseases of female genital organs nowadays acquires particularly great importance. The extensive use of new antibiotics does not solve the problem. In this connection, our attention is drawn to the methods of treatment which can be characterized as highly effective against the most frequent causative agents of infection, able to reduce antibiotic and any other drug therapies Materials and Methods.

200 patients with non-specific bacterial colpitis and bacterial vaginosis and 100 patients with acute forms of post-abortive and postnatal endometritis were included into our investigation.

We have used irrigation and insufflations with ozone-oxygen mixture in 100 patients with colpitis and intrauterine irrigations with ozonized bi-distilled water and insufflations with ozone-oxygen mixture in 100 patients with acute endometritis.

Results and Discussion. After treatment, the bacterioscopic investigation indicated that in 76% of patients treated with ozonetherapy vaginal smears did not show any opportunistic pathogens, yeast fungi. The bacteriological investigation detected an important decrease in opportunistic pathogen colonization in 74% of patients. The investigation of vaginal local immunity factors among the patients treated with ozone demonstrated an increase in lysocyme activity indices by 25% (p<0,05).

In the course of the treatment, all patients with endometritis showed an improvement in general state, body temperature returned to normal, symptoms of intoxication decreased, sleep and appetite improved, pain disappeared rapidly and pathological discharges were eliminated. No complications or side effects were observed. The results of laboratory investigations showed a credible decrease in ESR on average by 50% (p<0,05).

Conclusion. An ozone-oxygen mixture with an ozone concentration of 1500 to 2500 mcg/L, is an effective method of treatment of colpitis. The ozone concentration of 4000 to 5000 mcg/L is considered the optimal one for saturation of bi-distilled water, with the aim of producing a bactericidal effect that does not damage mucosa.

Ozonetherapy is not only a reliable method of healing lower female genital organs among patients with non-specific colpitis and bacterial vaginosis, but also serves to restore the body’s own defense abilities by stimulating the normalization of the vaginal cell mediated immunity, without producing a disturbing effect on the saprophytes. Ozonetherapy is preferable to conventional treatment in the form of antiseptic solutions.

Medical ozone producing a bactericidal effect at local level facilitates: uterus healing; prevents the generalization of inflammatory processes; reduces treatment time; reduces the use of antibiotic and anti-inflammatory medication, and it’s a well tolerated treatment by patients that makes its application in the treatment of endometritis extremely promising. However, the successful use of ozonized bi-distilled water for intrauterine irrigation does not exclude the treatment with antibacterial and other medicines of the basic anti-inflammatory therapy.

Introduction. The problem of infectious diseases and dysbiosis nowadays acquires particularly great importance because it’s connected with growing ecological problems of urbanized society, exposure to various adverse factors having influence on the immunity status in general as well as microbiocenosis of the human body. It is established that the pathological processes of vaginal microbiocenosis, are caused by such stress factors as: treatment with antibiotics (at local and systemic level), hormones, cytostatic preparations, Xray therapy, particularly on the background of endocrinopathies (most of all, diabetes) anemia, in case of birth defects of genital organs, the use of contraceptives and so on.

It is convincingly demonstrated that the disturbances of a quantative correlation between the associates of vaginal microbiocenosis on the background of local immunity changes lead to clinical appearances of vaginal infection process, the most frequent of them are non-specific vaginitis and bacterial vaginosis. Bacterial vaginosis is detected in 24% of practically healthy women and in 61% of patients with recidivating colpitis of non-specific etiology, frequency of non-specific vaginitis, in reference to different authors, reaches 40 to 50%. (1-7) The extensive use of new antibiotics does not solve the problem, but in some cases aggravates it by inducing the disturbances of the local and general immunity by: suppressing saprophytic flora, by causing the formation of antibiotic-resistant forms of microorganisms and by creating favorable conditions for infection that increases frequency of recidivating colpitis.

In this connection, our attention is drawn to the methods of treatment which can be characterized as highly effective against the most frequent causative agents of infection, able to reduce antibiotic and any other drug therapies and able to restore the normal vaginal biocenoses.

The aim of the present investigation was to study the efficiency of ozonetherapy methods in the treatment of non-specific colpitis and bacterial vaginosis.

Endometritis is still numbered among the most frequent pathologies of fertile women but in spite of considerable success achieved in the treatment of inflammatory diseases, incl. gynecological diseases, the problem of efficient treatment of endometritis is not solved yet.

It can be explained as follows:

  1. High frequency of complications due to endometrial

manipulations (therapeutic abortion, diagnostic curettage and so on) that mostly appear then in the form of acute endometritis.

  1. Considerable risk that the infectious-inflammatory process localized in uterus will generalize.
  2. Numerous side effects of medicines to be used within the traditional treatment of endometritis.

In common gynecological practice along with the usual basic therapy, (antibacterial, desensitization, vitamins, sedative remedies) antiseptic preparations have been widely used in the form of intrauterine applications. The aim of this manipulation is to improve the removal of purulent-necrotic masses as well as to produce a medicinal effect directly in the focus of inflammation that however can cause a number of side effects.

In the above we have described the method of treatment for endometritis on the basis of aspiration/irrigation endometrial drainage with dialyzing solution containing dimexide, lidase, calendula tincture, novocaine solution and dimedrol. We feel important to say that the main component producing a healing effect on uterus mucosa is dimexide, which can be substituted for dioxidine. However, the use of these medicines is limited due to some side effects. Dimexide can cause nausea, vomiting, bronchial spasm and it should be not used in case of toxical liver dysfunction, excretory kidney dysfunction, stenocardia and it can also intensify the toxicity of some medicines. Intrauterine application of dioxidine can cause headache, shivering, an increase in temperature, dyspepsia and convulsions.

Based on the above we think that it is necessary to increase the efficiency of the treatment for endometritis as well as to prevent possible side effects due to this treatment. Medical ozone, which disinfectant properties are well-known, applied in the complex treatment can be useful for endometrial healing that allows discard the medicines which after re-absorption can cause adverse reactions.

Materials and Methods

200 patients with non-specific bacterial colpitis and bacterial vaginosis were included into our investigation. The average age of patients with colpitis were 22,5 years old forming the test group and 23,1 years old forming the control.

Due to mixed infection in an absolute majority of patients, it was impossible to divide the patients into groups by causative agent which was why the patients were grouped in accordance with the used method of treatment. The test group (100 women) included the patients which received ozonetherapy in the form of vaginal circulatory insufflations of an ozone-oxygen mixture.

As ozone generator we used the medical ozone device of Medozons series (Nizhny Novgorod/Russia) equipped with a special gynecological accessory set including intravaginal tip and vaginal catheter fastened onto vaginal speculum.

The ozone treatment inside the test group was carried out as follows: “ozone-oxygen mixture at concentration from 1500 to 2500 mcg/L was administered into the vagina via the special attachment. This special intravaginal device allowed us to achieve an optimum intravaginal ozonization with an equal and greater surface contact of ozone with vaginal epithelium. The insufflations were done at a flow rate of 0,5 – 1 L/min for 5 – 10 minutes provided that the vagina had been beforehand treated with ozonized bi-distilled water daily within 5–8 days. The ozonization of water should be performed immediately before treatment with saturation concentration of 5000 mcg/L of an ozone-oxygen mixture. Ozonization of 400 ml lasts 15 minutes”.

The direct way of introducing gaseous ozone into the vagina, ensures the most complete contact of the active agent with the vaginal epithelium of wrinkled structure. The flow rate 0,5 –1 L/min and treatment duration 5-10 minutes are established as the optimal ones because treatment prolongation leads to drying of vagina walls, and its reduction – to a decrease in the efficiency of treatment. The preliminary moistening of the vagina with ozonized bi-distilled water also increases the efficiency of treatment and protects vaginal mucosa from drying. The duration of one treatment session (5–8 days) was determined experimentally – by this time the clinical-laboratory effects achieve the maximum and do not improve any more in case of treatment prolongation, the daily (without intervals) performance of procedures reduces the treatment time.

The control group (100 women) included the patients treated with antiseptic solutions. The treatment was applied as follows: “the vagina is treated with 4% chlorhexidine solution with a single exposure for 5 minutes, during this time up to 99% of vaginal flora are being destroyed. Immediately after this, the tampon enriched with lactobacillus suspension is inserted into the vagina for 8-10 hours. This treatment of vagina is repeated daily within 7-10 days.

All patients underwent a bacterioscopic and bacteriological investigation before and after treatment. The aim of the investigation was to evaluate the dynamics of vaginal local immunity factors – IgA, IgM, IgG levels, vaginal secretion lysozyme and cervical mucus myeloperoxidase, balance coefficient of local imGennady O. Grechkanev, Rajani Chandra-D’Mello, Adriana Schwartz Tapia Revista Española de Ozonoterapia, vol. 1, nº 1. pp. 3-xx, 2011 9 munity factors (integrative index allowing to evaluate objectively the homeostatic balance). 100 patients with acute forms of post-abortive and postnatal endometritis received ozonetherapy in the form of intrauterine irrigations with ozonized bi-distilled water. Their age ranged from 18 to 32 years. Clinical symptoms were characterized by pain, purulent uterine secretions and uterus sub-involution. In the course of laboratory investigations it was detected leukocytosis, acceleration of ESR and an increase in circulating immune complexes (CIC).

We investigated:

-The indices of red and white blood cells.

-Tthe level of toxemia according to the levels of C-reactive protein and medium molecules.

-The state of cell-bound and humoral immunity (the levels of Ig A, M, G, circulating immune complexes).

-The lipid peroxidation process and antioxidative defense system according to the biochemiluminometry results.

Ozonized bi-distilled water was produced by conveying an ozone-oxygen mixture with ozone concentration 4000 to 5000 mcg/L through a container with 400 ml of sterile bi-distilled water. The ozonization of the above volume lasts 20 minutes at ozone-oxygen flow rate 1 L/min. After that, the ozonized bi-distilled water was administered into the uterus drop-by-drop through a 2-way PVC catheter which at the same time allowed to remove washing-up liquids. The total volume of ozonized water to be administered into the uterum within one procedure ranged 400 to 1200 ml. The treatment was carried out once a day during 1-3 days without intervals.

Results

The acute form of bacterial colpitis was observed in 12% of women of the test group and in 11% inside the control group, the recurrence was registered in 68% and 64%, respectively. 27% of patients of the test group and 25% inside the control were diagnosed for bacterial vaginosis on the basis of moderate liquid secretions with specific odour, positive amine test, vaginal secretion pH > 4,5 and “key” cells detected in vaginal smear.

Clinical symptoms of colpitis varied from clear, (complains about pain, itch, burning sensation, dyspareunia; after examination – hyperemia, swelling and vaginal mucosa infiltration, purulent or curd-cheese secretions) to vague, mostly among the patients with recidivating colpitis forms.

The bacterioscopic and bacteriological investigations showed that most of the patients with colpitis had mixed opportunistic-pathogenic flora (the patients with verified chlamydia, gonococcal, trichomonad, herpetic, cytomegalovirus infections were excluded from the investigation during selection). 30% of patients of the test group and 38% inside the control were diagnosed for vaginal candidiasis (as diagnostic criteria there were curd-cheese secretions, negative amine test, yeast cells detected in vaginal smear, no “key” cells.

After treatment, the bacterioscopic investigation indicated that in 76% of patients treated with ozonetherapy vaginal smears did not show any opportunistic pathogens, yeast fungi. The bacteriological investigation detected a credible decrease in opportunistic pathogen colonization in 74% of patients. Special attention was drawn to the fact that investigation of antibiotic resistance showed an increase in sensitivity of the microbial agents to antibiotics.

The investigation of vaginal local immunity factors among the patients treated with ozone demonstrated an increase in lisoenzyme activity index by 25% (p<0,05) , an increase in IgA level by 37% (p<0,05) , a credible increase in cervical mucus myeloperoxidase along with a simultaneous decrease in IgM by 40% and in IgG by 45% (p<0,05) ) that led to stabilization of the balance coefficient of local immunity factors.

The analysis of treatment results inside the control group indicated that the bacterioscopic symptoms returned to normal only in 50% of patients, in 25% it did not change, in 25% it got even worse – practically at the same quantity of leukocytes and epithelium cells the content of lactobacillus The analysis of treatment results inside the control group indicated that the bacterioscopic symptoms returned to normal only in 50% of patients, in 25% it did not change, in 25% it got even worse – practically at the same quantity of leukocytes and epithelium cells the content of lactobacillus s (p<0,05) decreased or completely disappeared.

The sensitivity of the causative agents to antibiotics remained the same, in accordance with the results of an immunological investigation the index of IgA, IgM and IgG did not change incredibly, the levels of cervical mucus myeloperoxidase and vaginal secretion lisoenzims had a tendency to decrease, the balance coefficient of local immunity factors got worse in 25% of cases, and only in 10% it showed an improvement.

Thus, we established that the above described method of treatment with a certain grade of efficiency was linked to a risk of further vaginal dysbiosis and in spite of the use of lactobacillus preparation, there was no evidence of any improvement in the local immunity. Moreover, in some cases of advanced bacterial colpitis owing to the insufficient anti-inflammatory effect it was necessary to use oral antibiotic preparations that did not stimulate the immunity. Among the patients with deep disturbances of microbiocenosis the antibiotics intensified vaginal mucus colonization with opportunistic pathogens.

Based on the received results, we may draw the following conclusions: in the course of the treatments all patients with endometritis showed an improvement in general state, body temperature returned to normal, symptoms of intoxication decreased, sleep and appetite got better, pain syndrome disappeared faster, pathological discharges were eliminated. No complications or side effects were observed.

The results of laboratory investigations showed a credible decrease in ESR on average by 50% (p<0,05). Normalization of leukocyte number in 90% of patients, a decrease in circulating immune complexes on average by 47%, in Ig M – by 30% (p<0,01).

The toxic appearances in plasma decreased particularly evidently – at the end of treatment the level of medium molecules returned to normal in 100% of patients, C-reactive protein was not detected in 90% of patients. The influence of ozonetherapy on lipid peroxidation (9) was not less, so, the level of molecular products decreased by 25-40%, the antioxidative activit of plasma increased by 39% (p<0,05).

Discussion The intracavitary way of introducing of gaseous ozone into the vagina or ozonized bi-distilled water into the uterine cavity is selected to ensure the most complete contact with the focus of inflammation. The ozone-oxygen mixture with ozone concentration 1500 to 2500 mcg/L is effective method of treatment of colpitis and the ozone concentration 4000 to 5000 mcg/L is considered the optimal one for saturation of bi-distilled water with the aim of sanation for this one produces a bactericidal effect, but does not damage mucosa. Bi-distilled water is used as a carrier of solute ozone, because water is not subjected to chemical changes.

The administered volume of bi-distilled water 400 to 1200 ml is traditionally used for intrauterine irrigation, containers with capacity 400 ml are usually used in the praxis. The ozonization of the above volume lasts 20 minutes at ozone-oxygen flow rate 1 L/min. The received clinical and laboratory results allow us to speak about high efficiency of ozonetherapy in regard to the most important symptoms of disease, and there is evidence of not only sanation action of ozone-oxygen mixture in colpitis. Ozonized water also has systemic action, realized through ozone reabsorption in endometry.

Conclusion The results of the conducted investigations allow us to draw a conclusion that ozonetherapy is not only a reliable method of healing of lower female genital organs among the patients with non-specific colpitis and bacterial vaginosis, but also serves to restore the body’s own defense abilities by stimulating the normalization of vaginal mucosa local immunity. Without producing a disturbing effect on the saprophytes, ozonetherapy is preferable to conventional treatment in the form of antiseptic solutions.

Medical ozone producing a bactericidal effect (10, 11) at local level facilitates uterus healing, prevents the generalization of inflammatory processes, reduces the treatment time, permitting to discard the use of preparations for dialysis and is well tolerated by patients that make its application in the treatment of endometritis extremely promising. However, the successful use of ozonized bi-distilled water for intrauterine dialysis does not exclude the treatment with antibacterial, desensitization, sedative and other medicines of the basic anti-inflammatory therapy.

Revista Española de Ozonoterapia, vol. 1, nº 1. pp. 3-xx, 2011